Os recursos necessários para abrir uma franquia de sucesso

Comprar uma franquia exige mais do que tino empreendedor.
É preciso também contar com uma boa reserva financeira e ter alguma familiaridade com fianças.
Claro que as planilhas apresentadas pelas franqueadoras podem ajudar nas projeções. Mas esse é apenas o começo: depois do primeiro investimento, é preciso planejar e executar uma série de aportes.
“Dar início a um negócio sem capital – nem para investimento nem para giro – é começar enforcado”, afirma Márcio Iavelberg, sócio da consultoria Blue Numbers.
O recomendado é usar recursos próprios até que a operação atinja o ponto de equilíbrio.
Confira, a seguir, as respostas para as principais dúvidas dos investidores de primeira viagem.

Trata-se do valor estimado para colocar uma nova loja em operação. O montante inclui:
Taxa de Franquias
Cobrada pela franqueadora após a assinatura do contrato, garante o ingresso do empreendedor na marca.
Em troca, ele recebe treinamento inicial, manuais de franquia, ajuda na escolha do ponto e suporte na implantação da unidade, por exemplo.
Ponto Comercial
Custo que recai sobre o franqueado e não está incluído na taxa de franquia.
Em shoppings, é comum o empreendedor arcar com luvas, um pagamento adiantado para garantir a locação. “nas marcas mais estruturadas, a equipe de expansão ajuda o novo franqueado. A franqueadora conhece melhor a cobrança de luvas, o preço de metro quadrado e o valor de aluguel”, diz Mauricio Galhardo, sócio da consultoria FFcube.
Implantação
Cabe ao novo franqueado custear todos os gastos com a loja: projeto arquitetônico, reforma, compra de mobiliário e instalação de software. Muitas vezes, as redes têm fornecedores homologados, visando padronizar as lojas.
Primeiro estoque
As regras para o investimento no estoque inicial variam. Algumas marcas exigem o pagamento à vista. A lógica, nesse caso, é eliminar a necessidade de o franqueado comprar produtos por alguns meses e facilitar a administração do capital de giro.
Outras permitem o parcelamento dessa compra, diminuindo o valor a ser desembolado no princípio.


Despesas e custos fixos e operacionais fazem parte do cotidiano de qualquer unidade franqueada.
Esses gastos incluem:
Taxas da franqueadoras
Os royalties são uma cobrança pelo direito de uso da marca.
O pagamento costuma ser mensal e utiliza 3 bases de cálculo: percentual sobre o faturamento bruto (média de 5%), percentual sobre valor de compra de mercadorias (nos casos em que a franqueadora também fornece os produtos) ou valor fixo.
Já o fundo de propaganda é a contribuição mensal do franqueador para o amrketing da rede e outras ações institucionais.
Custos de ocupação
Envolvem despesas com aluguel, água, luz e telefone.
Na média, recomenda-se que não superem 15% do faturamento bruto mensal.
“É preciso estudar esses gastos antes da abertura. Depois que o empreendedor assina o contrato de aluguel, os shoppings costumam ser irredutíveis nas renegociações”, afirma Galhardo.
Despesas operacionais e com mercadorias
Uma série de despesas fixas e variáveis, como impostos, folha de pagamento, compra de material de escritório e taxas de cartão, além de desembolsos com a compra de insumos e mercadorias (ou gastos com os prestadores de serviços).

Não há fórmula mágica. Um cálculo bastante utilizado é a soma de todos os custos mensais e sua multiplicação por três. Mas essa conta pode não funcionar para todos os segmentos.
Nas franquias de alimentação, por exemplo, as vendas costumam acontecer à vista ou em prazos curtos (de 30 dias), garantindo um giro rápido de dinheiro.
Em clínicas de odontologia, é comum o parcelamento de um procedimento em dez meses, o que pode impactar a geração de caixa da empresa.
O cenário ideal é, a partir de informações financeiras fornecidas pela franqueadora e de conversas com outros franqueados da mesma área de atuação, elaborar uma projeção de fluxo de caixa para diferentes períodos (um mês, três meses, um ano).
A perspectiva de faturamento, descontada a soma dos custos e das despesas, dará um bom indicativo: se o resultado for negativo, o empreendedor terá de usar uma reserva de dinheiro para cobrir esse valor.
Vale levar em conta também as sazonalidades que impactam cada segmento.

Também não existe uma conta única para saber quando a receita cobrirá a despesa, até porque há diferenças significativas entre segmentos.
Escolas de idiomas, por exemplo, costumam atingir o ponto de equilíbrio apenas no terceiro trimestre de operação.
Mesmo a sazonalidade pode ter influência.