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  • Mariana Scherma

Vamos falar sobre o poder da Netflix?

De locadora on-line ao serviço de streaming que mais movimenta dados na rede: as reinvenções da Netflix podem ser um empurrão para sua empresa!


A Netflix tornou possível que todos nós vejamos uma infinidade de filmes e séries. Depois da Netflix, as conversas sobre séries gringas se tornaram muito mais comuns – não precisa mais de tevê por assinatura para isso. Democratização que fala. “Nós amamos cinema. Aqui estão mais algumas coisas que amamos: Acesso para pessoas que nem sempre podem pagar ou vivem em cidades sem cinema”, diz a Netflix em uma publicação recente, após uma treta com Spielberg (a gente fala disso logo mais). Hoje, não é exagero dizer que a empresa de streaming é responsável por boa parte do entretenimento de milhões de lares ao redor do mundo. O poder da Netflix só aumenta! Se você parar pra pensar que a NetFlix (isso, era com o F maiúsculo antes) surgiu em 1997 como um serviço de locação on-line de filmes, vai ver que o mundo girou bem, não é mesmo? A Netflix se reinventou e a você e sua marca só têm a aprender com isso. Bora voltar no tempo?


Como assim locação on-line?

Em 1997, Reed Hastings e Marc Randolph fundaram a Netflix, que funcionava assim: o usuário do serviço entrava no site da Netflix (um site nada a ver com a plataforma de hoje por motivos de evolução, claro), selecionava o título que desejava ver e o DVD era enviado pelos correios. O assinante ficava com o disco por quanto tempo quisesse. E depois levava o DVD aos correios para que fosse enviado de volta. Tudo por apenas 50 centavos de frete. Se o usuário quisesse, também poderia comprar o DVD. A ideia deu certo e, em 1999, a Netflix recebeu um aporte de investidores no valor de 30 milhões de dólares.

Tudo seguindo em frente até que seus fundadores, vendo a chance de fazer dinheiro, ofereceram a Netflix à Blockbuster, que, até então, tinha um império com mais de nove mil lojas espalhadas pelo mundo. A Blockbuster poderia ter comprado a Netflix por US$ 50 milhões. Mas não foi o que aconteceu. Eles recusaram. A Blockbuster pediu concordata em 2010, fechou em 2013. Já a Netflix, hoje, vale mais de US$ 100 bilhões. Eita.


E o poder da Netflix só cresce…

Em 2001, para equilibrar as contas, a empresa abriu para acionistas e o valor começou com 15 dólares (hoje, uma ação vale por volta de US$ 350 na bolsa de Nova York).

Ainda em 2001, após o atentado terrorista às torres gêmeas, as pessoas passaram a sentir medo de sair de casa e as assinaturas da então locadora on-line dobraram.


A virada de mesa

Vendo a Netflix deslanchar e a Blockbuster imperar, o que a Amazon fez? Entrou no jogo e melhorou a disputa. Foi a Amazon que criou o serviço de streaming, para não ser mais necessário usar o DVD nem gastar com embalagens e postagens. A Netflix abraçou a ideia e Reed Hastings, CEO da empresa, anunciou o serviço em janeiro de 2007. O resto é história… E dinheiro! Ah, e poder também. Atualmente, a Netflix é responsável pelo maior volume de dados que circula pela internet, no mundo todo. De acordo com um estudo da empresa canadense Sandvine, 13,75% do tráfego global da internet, quando se leva em conta tanto download quanto upload, é referente à Netflix. Nenhum outro serviço ou protocolo chega perto disso.


Reed Hastings e os DVDs no começo da Netflix - Imagem: Netflix


E como a Netflix se manteve tão à frente?

Vendo outras empresas chegarem para o jogo, a Hulu e a Apple, por exemplo, a Netflix passou a fechar parcerias para que seu catálogo fosse gigantesco como é. Sem contar as produções próprias, essas começaram ainda antes do streaming, sob o rótulo de Red Envelope Entertainment (nome que faz referência ao envelope em que os DVDs eram entregues), claro que não eram as superproduções de hoje, eram mais modestas e durou pouco: na época, a Netflix queria evitar a disputa com os estúdios parceiros. Fazendo o jogo certinho, confere?

Em 2011, eles retomaram a produção de séries e filmes originais. House Of Cards estreou em 2013. As produções originais, diferente dos grandes estúdios, não sofrem interferência de CEOs. Quando o roteiro é aprovado, já começa a etapa de produção, por isso os conteúdos são originais e não se parecem em nada entre si. Exemplo disso é Roma, filme de Alfonso Cuarón que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Steven Spielberg teria até feito campanha para tirar serviços de streaming da disputa do Oscar numa tentativa de proteger a “experiência do cinema”. Informação que foi desmentida e deixou Spielberg até em descrédito após fechar parceria com a Apple.

De forma indireta, a Netflix se pronunciou no Twitter e mandou essa: “Deixar todo mundo, em qualquer lugar, aproveitar os lançamentos ao mesmo tempo, dar aos cineastas mais maneiras de compartilhar a arte. Essas coisas não são mutuamente exclusivas”, publicou a Netflix (fechando a publicação que falamos no começo do texto).


Criativões

O fato de não pararem de se reinventar, de investirem e apostarem no futuro, por si só, já são lições pra qualquer empreendedor. Mas a Netflix também dá um show à parte na comunicação. Suas redes sociais interagem com os seguidores e, a cada novo lançamento de série, um vídeo de divulgação que acaba sendo tão aguardado quanto a produção em si.

O serviço de SAC tornou clientes em fãs da marca e, mesmo com reclamações, conseguem transformá-los em advogados da marca. Ou elogiando as séries, como no post abaixo.

Imagem: Reprodução/Twitter


Se eles erram? Acontece. Como quando Hastings anunciou que iria desmembrar o serviço de vídeo (nos Estados Unidos ainda existe, cerca de três milhões de assinantes ainda recebem os DVDs – segundo a Variety), do streaming e também de um serviço de videogames. A notícia não foi bem aceita e as ações despencaram. Hastings voltou atrás em menos de um mês. Reconhecer os erros e voltar algumas casas no jogo: outra lição que a Netflix deixa.


E esse poder da Netflix no futuro?

Para muita gente, a concorrência vai pegar. A Netflix, por muito tempo, teve baixíssima concorrência. Agora, novos serviços de streaming têm surgido, como Hulu, Amazon Prime, e até streamings de tevês pagas, como HBOGo, Globoplay.

Para um analista do banco de investimentos J.P. Morgan, um investimento para a Apple seria comprar a Netflix, uma vez que a Apple vem investindo no streaming com a Apple TV. O custo compensaria por se tratar de um mercado competitivo, em que empresas tradicionais de mídia.

Pra gente, resta observar e ver como a Netflix vai fazer para se manter no topo. Será que vai ser comprada? Quais as suas apostas?


Bora relembrar alguns feitos do serviço de streaming mais famoso do planeta!

Imagem: Lucas Mazziero

Fonte: Netflix e Variety


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